quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Do engenho e empenho de Domingos Xavier, Vilar Suente-Soajo voltou a ter um espigueiro/canastro de Varas, talvez único no país, uma memória da arquitectura popular portuguesa esquecida de todos, não está nos livros, talvez muito estudiosos deste tipo de arquitectura nem sequer imagine a sua existência.
Pena é que as autoridades municipais e parque nacional se esqueçam do seu património, e deixem que o património se esvazie no tempo à velocidade da desertificação, não será causa efeito!


Base em pedra circular com 13 orifícios para fixação das varas estruturais



Colocação das varas

Colocação das primeiras varas de salgueiro formando um entramado

mais varas


Finalmente!!


Construção do chapéu em "colmo"









Espigueiro/canastro em varas concluído

O chapéu está curto, no próximo fazemos melhor..., ainda falta uma eira com dezenas de pedras que esperam poder ter a função para que foram trabalhadas.


Agradecimentos a todas as pessoas de Vilar Suente/Bracarenses que colaboraram na construção do canastro com o arranjo das varas de salgueiro e do "colmo", com as suas memórias e pelo convívio.





domingo, 20 de junho de 2010

LEVADA DE ÁGUA

Povo de Vilar Suente cumprir mais uma vez a tradição e no dia 19 de Junho juntaram-se e limparam a levada que trás a água do ribeiro até aos seus campos.


Chegada da levada à parte baixa de Vilar

A levada é uma verdadeira obra de engenharia, quanto custaria hoje fazer só um projecto para irrigar todos os campos de Vilar?
A arte e o engenho dos Nossos antepassados e a forma comunitária como se organizavam tornaram possível a obra. Juntos abriram alas pelas montanhas e com mestria e sem grandes meios, fizerem chegar a água a dezenas e dezenas de campos, percorrendo quilómetros entre terrenos acidentados e muitas vezes rochosos.


Levada na parte baixa de Vilar, depois de calcorrear alguns quilómetros

Os campos de milho e feijão de Vilar

Horta em Vilar, o cebolo, os tomates, a alface, o feijão, a couve...

Na festa de Peneda, 1ª semana de Setembro, e com a chegada das colheitas, todo este ciclo termina, esperando que a resistência das gentes de Vilar seja mais forte que a desertificação.

domingo, 9 de maio de 2010

LOBO IBÉRICO ATACA EM VILAR SUENTE, SOAJO

Lobo entrou pela aldeia dentro e lembrou às suas gentes os tempos antigos.
Na noite de 4 para 5 de Maio o Lobo, ou os Lobos, entraram na aldeia e nos campos adjacentes dizimaram 11 Ovelhas das 15 pertencentes ao Eduardo. Na noite seguinte os Lobos voltaram e desta vez foi as Ovelhas do Sr Alexandre, 4 das suas 6 Ovelhas foram mortas. Uma Égua do Sr Venâncio também já tinha sido morta.
Isto dá que pensar, há mais Lobos? Há menos presas e o Lobo têm que se expor junta das aldeia para se poderem alimentar?
O que é certo é que o Lobo tem de ser preservado, pois ao longo dos tempos sofreu na pele a fúria do homem, construiriam-se Fojos do Lobo por toda a serra, fizeram-se dezenas de montarias e passados todos estes anos de emboscadas o lobo vai resistindo como um mito, mas um mito real, quando e onde ninguém espera ele aparece deixando as suas marcas, é realmente um animal inteligente, só isso justifica a sua sobrevivência.
Não se pode esquecer os donos das Ovelhas, que também são vitimas do Lobo, mas sobretudo da forma negligente com que o parque é dirigido, é preciso restituir a esta gente e de forma célere os seu prejuízos, de outra forma o Lobo cada vez será mais odiado e perseguido, o parque que crie condições para que o lobo sobreviva sem depender da desgraça alheia, porque para esta gente as Ovelhas têm um valor económico, mas sobretudo têm valor sentimental.